Características
fevereiro 03, 2023

O mercado de grãos em 2023

De: Prof. Dr. Marcos Fava Neves

Acompanhe no conteúdo abaixo o cenário do mercado de grãos para 2023.


Grãos em caçamba com fazenda ao fundo
Grãos em caçamba com fazenda ao fundo

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Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.

No último dia 18 de janeiro tivemos a live de comemoração de 1 ano do e-commece da Yara. Além de conversas com diretores da Yara, contamos também com a participação de Marcos Fava, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.

Também conhecido como Dr. Agro, Fava trouxe uma análise sobre o mercado de grãos e também fez algumas previsões para o ano de 2023. Confira os principais tópicos:

 

Análise do médio e longo prazos

  • O crescimento na demanda mundial: 30 a 40 milhões de toneladas por ano. Soja são 11 milhões de toneladas a mais por ano, milho são 20 milhões de toneladas;
  • Crescimento da demanda por proteínas: crescimento populacional (9,7 bilhões em 2050) e a urbanização;
  • Necessidade de novas áreas: 6,5 milhões de novos hectares por ano;
  • Políticas para biocombustíveis demandando grãos, óleos e áreas: China, Índia, Indonésia, EUA, HVO.

O papel do Brasil

  • Nas 4 últimas safras a área de grãos cresceu 13,71 milhões de hectares (22%) e a produção em 65 milhões de tonelada de grãos (27%);
  • Em 20 anos a área com grãos salta de 38 para 74 milhões de hectares (1,8 milhão de ha/ano);
  • Brasil usa ao redor de 240 milhões de hectares para a agricultura e pecuária, chegará a 255 milhões em 10 anos, aumentando cerca de 15 milhões sobre pastagens (saltando de 52 para 67 em primeira safra) e outros 10 milhões para segunda-safra (dos atuais 22 para 32).

 

O ano de 2023

  • No geral: bom clima, devendo melhorar à partir de agora no RS e chuvas indo até mais tarde com enfraquecimento da La Nina;
  • Safra brasileira de grãos 22/23 deve ser de 310 m.t. contra 271 m.t. (15%) acima. Área pula de 74,5 mi ha para 77 mi ha (3,4%);
  • Preocupações: custo alto, juros, câmbio e menor crescimento do mercado mundial (PIB 1,5%). Alívio: custos de produção começam a cair, antes dos preços.

Soja:

  • USDA: produção mundial em dez era de 391,2 m.t. e passou a 388,0 m.t. Brasil subiu 1 m.t. e EUA e Argentina caíram 6 m.t.;
  • Estoques globais: 103,5 milhões de t em 2022/23, alta de 5,4% ou 5,3 m. t.;
  • Brasil com 153 m.t. (21/22 foi 125 m.t.), 21,6% a mais. Área salta de 41,5 para 43,5 mi ha. Produtividade de 3 para 3,5 t/ha (16%);
  • Participação na produção mundial (388 m.t.) chega a 40%. Previsão de exportar 91 m.t., quase 55% das exportações globais (167 m.t.);
  • EUA devem produzir 116 m.t. e Argentina 45 m.t. Clima até então ruim na Bacia do Prata (38% das lavouras como ruim e muito ruim, era 13% ano passado) e partes do RS, plantios atrasados.
  • Observar logística e armazenagem no Brasil.
  • Preços: USD 15/bushel e sinal de USD 14/bushel final de 2023. R$ 175 em Paranaguá.

Milho:

  • USDA: reduziu a previsão da safra global (2022/23) em 6 m.t. Agora é de 1,55 trilhão. Derrubou EUA em 10 m.t. e aumento China em 3 m.t.
  • Estoques globais em 296,4 m.t. 3,1% ou 9,5 milhões de t a menos que 2021/22.
  • Brasil com 125 m.t. (21/22 foi 113 m.t.), 10% a mais. Área salta de 21,5 para 22,4 mi ha. Produtividade de 5,2 para 5,6 t/ha (7%); Brasil chega a 11% da produção mundial;
  • Exportações serão de 48,5 m.t. atingindo 27% do total exportado (181 m.t.) e ficando a 2,5 m.t. de superar os EUA e ser o maior exportador mundial;
  • EUA deve produzir 349 m.t. e China 277 m.t.;
  • Preços: seca na Argentina e RS, situação de Ucrânia;
  • Exportações em 2022 foram de 43,4 m.t. (113% acima) e perspectivas China comprar;
  • Preços: USD 6,7/bushel e sinal de USD 6,0/bushel final de 2023. R$ 85 na B3.

Algodão:

  • Brasil com 2,9 m.t. (21/22 foi 2,55 m.t.), 17% a mais. Área salta de 1,6 para 1,65 mi ha. Produtividade de 1,6 para 1,8 t pluma/ha (14%);
  • Brasil atinge 11% da produção mundial e com 1,81 m.t. a serem exportadas, 20% do mercado mundial;
  • Está a 800 mil t. dos EUA (2,6 m.t.) para alcançar a liderança mundial;
  • USDA reduziu bem o consumo (5%) vindo para 24,1 m.t. contra uma produção de 25 m.t;
  • Preços: USD 0,82/lp indo a USD 0,80/lp final de 2023.

 

Conclusão

  • Grandes oportunidade em volumes, pois os mercados irão crescer e o mundo depende do aumento da produção brasileira;
  • É preciso construir margens, com: eficiência (gestão por m2), redução de custos, aumento de produtividades, inovação, logística, custo de capital.

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