Melhores práticas para a colheita do feijão
Para manter a qualidade do produto final, é essencial aplicar métodos adequados. Veja os principais pontos de atenção para a colheita do feijão!
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Você sabia que a maior parte do desperdício de grãos de feijão ocorre no momento da colheita e pode afetar a produtividade em mais de 10%? O dado é uma estimativa feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Agricultura.
Neste artigo, reunimos uma série de informações importantes para ajudar você a organizar os processos de colheita e manter a qualidade da produção. Confira!
Faça a colheita do feijão na hora certa
O momento ideal para a colheita do feijão é quando as sementes alcançam a maturação fisiológica, as folhas ficam amarelas e as vagens mais velhas secam. Para as sementes de cor bege, esse momento ocorre quando a umidade das sementes está entre 38% e 44%. Já para o feijão preto, esses percentuais são de 30% a 40%.
É importante respeitar esse momento porque aguardar períodos muito longos após a maturação podem causar a perda de sementes. Nesses casos, a tendência é que as vagens se abram naturalmente ou no próprio processo de colheita Além disso, o risco de danos por pragas e plantas daninhas aumenta.
Por outro lado, segundo a Embrapa, é possível antecipar a colheita das sementes de feijão carioca em 20 dias sem perder a produtividade e a qualidade, desde que elas tenham atingido aproximadamente 40% de umidade.
Entenda os tipos de colheita
Existem três métodos para a colheita do feijão e o produtor deve escolher o mais adequado de acordo com o seguintes fatores
- tamanho da lavoura;
- disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos;
- sistema de cultivo (monocultivo ou consorciação).
A seguir, você vai entender melhor as diferenças entre os tipos de colheita e as situações em que cada uma delas é mais indicada.
Colheita manual
A colheita manual é mais utilizada em lavouras que ocupam menos de 5 hectares, tanto em sistema de monocultivo quanto em consorciação com outras culturas. Nesse método, as atividades de arranquio, recolhimento e trilha das plantas são feitas de forma manual.
Logo que as sementes alcançam a maturação fisiológica, as plantas são arrancadas por inteiro, mas permanecem na lavoura para secarem até que os grãos tenham cerca de 14% de umidade. Em seguida, elas são organizadas em terreiros e dispostas em camadas de 30 cm a 50 cm para o procedimento de batedura ou pisoteio de trator.
Depois disso, os grãos estarão prontos para separação e limpeza. Geralmente, todo esse processo demanda de 10 a 12 dias/homem/ha, de acordo com a Embrapa.
Colheita mecanizada
Na colheita mecanizada, tudo é feito com o auxílio de máquinas específicas. Esse tipo de trabalho exige que as plantas sejam ceifadas e colocadas em leiras compostas por entre 6 e 10 fileiras. Em seguida, ocorrem as atividades de recolhimento e trilha.
Para facilitar o trabalho com máquinas, o ideal é que as plantas tenham características botânicas e agronômicas adequadas:
- porte ereto;
- uniformidade de maturação;
- resistência ao acamamento e à abertura das vagens;
- boa altura de inserção da primeira vagem.
Nessas condições, é possível aplicar dois tipos de processos:
Colheita mecanizada direta
Nesse processo, uma colhedora automotriz faz as operações de corte, recolhimento, trilha, abanação e acondicionamento. É o processo adotado em lavouras de maior área e demanda também um nivelamento do terreno e plataformas de corte adaptadas nas colhedoras para se moldarem à superfície do solo e evitar perdas de vagens próximas à superfície do solo.
Colheita mecanizada indireta
Nesse processo, o trabalho é dividido em partes. O ceifador-enleirador corta as plantas rente ao solo e as organiza nas leiras para que fiquem expostas ao sol até que os grãos atinjam 14% de umidade. Depois, a recolhedora-trilhadora faz o recolhimento das plantas enleiradas e tira as sementes das vagens para formar a trilha.
Colheita semimecanizada
A colheita semimecanizada reúne características dos processos mencionados anteriormente. O arranquio e a organização das plantas em leiras são feitas pelos procedimentos manuais, enquanto as trilhas são realizadas com o apoio de máquinas.
Cuide do pós-colheita
O período pós-colheita também é fundamental para evitar perdas por conta de procedimentos inadequados. Basicamente, há dois pontos que exigem atenção especial:
Secagem
Como mencionado anteriormente, os grãos permanecem na lavoura até atingirem 14% de umidade, dependendo do tipo de colheita adotado, mas esse nível ainda não é ideal para a armazenagem. Por isso, é necessário fazer com que eles passem por um processo de secagem para reduzir o percentual para 12% ou 13%. Os meios mais utilizados para isso são os trocadores de calor a vapor ou elétricos.
Armazenagem
Após a secagem, os grãos já estão aptos para a armazenagem, que deve ser realizada em um local com baixa temperatura, sem umidade e com boa ventilação. A produção pode ser colocada em sacos ou silos, mas é importante assegurar a proteção contra ataques de insetos e animais.
Ao seguir todas as boas práticas indicadas aqui, os níveis de perda na colheita do feijão tendem a diminuir de forma significativa. Mas os cuidados com a qualidade da lavoura já começam bem antes. Para aprender ainda mais sobre o assunto, veja os cuidados essenciais no plantio do feijão!
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