Conheça os benefícios e as melhores práticas da agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa é um modelo agrícola que busca a sustentabilidade do agronegócio. Leia o artigo para entender suas principais práticas e benefícios!
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As preocupações com a sustentabilidade, atualmente, têm marcado presença em todos os setores da sociedade e da economia — e no agronegócio não é diferente. Os desafios de minimizar os impactos negativos do agro no meio ambiente dividem espaço com a tarefa de garantir a segurança alimentar de uma população mundial de 8 bilhões de indivíduos e com alta projeção de crescimento nos próximos anos.
Nesse cenário, a agricultura regenerativa tem despertado um interesse crescente e vem se destacando como um modelo agrícola sustentável e inovador. Leia este artigo e entenda:
- o que é agricultura regenerativa;
- quais são as principais práticas;
- quais são os maiores benefícios.
O que é agricultura regenerativa
Para a Yara, agricultura Regenerativa é uma abordagem sistemática, baseada em resultados para a adoção das melhores práticas agrícolas sustentáveis que afetam positivamente a natureza e o clima, através de cinco temas recorrentes:
- clima;
- saúde do solo;
- uso de recursos;
- biodiversidade;
- prosperidade.
Embora não exista um consenso acadêmico que traga uma definição única para o termo, existe uma recorrência dos temas que aparecem como benefícios a partir da adoção da Agricultura Regenerativa.
O principal pilar da Agricultura Regenerativa é o entendimento do solo como um recurso vivo e complexo, repleto de microorganismos, matéria orgânica, água e minerais. A partir dessa compreensão, reconhece-se a importância de cuidar desse ecossistema de forma integrada, zelando pela sua saúde e sua fertilidade química, física e biológica.
Quais são as principais práticas da agricultura regenerativa
Agora que você já sabe o que é Agricultura Regenerativa, entenda quais são as principais formas de adotá-la na prática:
Plantio direto ou mínimo revolvimento do solo
Adoção do plantio direto ou mínimo revolvimento do solo, e/ou mudança de sucessão de cultura única para rotação de culturas ou para sistemas de produção multicultura, levando a uma melhor saúde do solo (aspectos físicos, químicos e biológicos).
Por exemplo, a manutenção da cobertura do solo protege o solo de processos erosivos, aumenta a infiltração de água no solo, capacidade de armazenamento de água e reciclagem de nutrientes favorecendo a resiliência dos cultivos e a produtividade.
Rotação de culturas
Promover a rotação de culturas consiste em alternar diferentes espécies de plantas em sequência em uma mesma área, durante os diversos períodos de tempo. Isso ajuda a quebrar o ciclo de pragas e doenças específicas da safra de um vegetal específico, aumenta a biodiversidade e o aumento de inimigos naturais, o que reduz a necessidade de utilizar pesticidas.
Além disso, cada cultura tem suas próprias demandas nutricionais, e, portanto, a rotação também contribui para o equilíbrio natural da disposição de nutrientes no solo. Com isso, é uma forma de reduzir o esgotamento causado pela repetição excessiva.
Correção do solo e uso eficiente de fertilizantes
A adoção de corretivos de acidez do solo sempre que necessário, visa garantir propriedades químicas adequadas para o desenvolvimento radicular e atividades microbiológicas. Isso melhora a disponibilidade de nutrientes e a capacidade das plantas de absorver os nutrientes oriundos de fertilizantes orgânicos ou minerais.
Com relação ao uso eficiente de nutrientes, a Agricultura Regenerativa não limita a utilização apenas de fertilizantes orgânicos, ela preconiza o equilíbrio e o uso eficiente dos nutrientes independente da fonte orgânica ou mineral.
Os fertilizantes minerais desempenham um papel crucial no fornecimento de nutrientes essenciais para culturas, os animais e os seres humanos. Esses nutrientes, incluindo nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, entre outros, são vitais para o crescimento bem sucedido das culturas. Quando as culturas são colhidas, uma quantidade significativa de nutrientes é retirada do campo e levada para a mesa dos consumidores.
Se extrairmos repetidamente nutrientes do solo sem substituí-los, esgotamos a capacidade do solo de fornecer nutrientes. Isso leva à degradação do solo e reduz o rendimento e a qualidade das culturas. O reabastecimento do solo com nutrientes por meio de fertilizantes garante que o solo permaneça fértil e capaz de produzir comida.
Além dos nutrientes comumente aplicados no solo, o uso de micronutrientes e bioestimulantes podem contribuir muito para o aumento da produtividade das plantas e a resiliência a estresses bióticos e abióticos, por exemplo período de seca ou altas temperaturas.
Plantio de cobertura vegetal
Essa prática consiste em manter a superfície do solo coberta por plantas vivas ou resíduos de culturas anteriores. A estratégia da cobertura vegetal ajuda a proteger o solo da erosão causada pelo vento e pela chuva, melhora a infiltração de água e fornece mais matéria orgânica. Além disso, algumas plantas de cobertura tem capacidade de fixar nitrogênio no solo, outras contribuem para a ciclagem do potássio ou disponibilidade do fósforo, o que melhora a fertilidade do solo ao longo do tempo.
Criação de agroflorestas e sistemas de integração
Ao invés de desmatar grandes áreas para possibilitar as plantações, a Agricultura Regenerativa busca integrar, sempre que possível, as árvores, os arbustos e as demais espécies de vegetações nativas ao cultivo agrícola. Esse tipo de ambiente promove um ambiente diversificado, aumenta a biodiversidade e melhora a eficiência do uso dos recursos naturais.
Além disso, sistemas de integração lavoura e pecuária (ILP) ou lavoura pecuária e florestas (ILPF) podem contribuir com a Agricultura Regenerativa pois além de melhorar a biodiversidade, o uso de recursos e a saúde do solo, podem ser importantes para incorporar carbono no solo e reduzir emissões de gases de efeito estufa.
Quais são os benefícios agricultura regenerativa
A Agricultura Regenerativa serve para diversos propósitos, todos bastante importantes e urgentes, dado que é vital solucionar questões ambientais, sociais e econômicas. Seus principais benefícios são:
Melhoria da saúde do solo
Como já foi dito no artigo, a melhoria da saúde do solo é a base da agricultura regenerativa e, portanto, grande parte dos benefícios advém desse — e não tinha como ser diferente, já que solo é o principal ativo do agricultor e é no solo que tudo começa.
- Leia também: O solo e a produção de alimentos
A implementação de estratégias como o plantio direto, a diversificação e a rotação de culturas promove a biodiversidade microbiana, o fortalecimento da estrutura do solo e o aumento do teor de matéria orgânica. Isso resulta em terrenos mais férteis, com maior capacidade de retenção de água e nutrientes e redução da erosão.
Aumento da resiliência e da sustentabilidade
As práticas regenerativas visam criar sistemas agrícolas cada vez mais resilientes e sustentáveis, capazes de lidar com mudanças climáticas, eventos extremos e flutuações econômicas. Isso é possível por meio de melhorias na saúde do solo e da diversificação de culturas, o que melhora a eficiência na utilização dos recursos como solo, água e nutrientes.
Proteção da biodiversidade
A Agricultura Regenerativa valoriza a biodiversidade e, por isso, promove a preservação e a restauração dos habitats naturais. Investir na diversificação de culturas e na sua integração dos cultivos agrícolas com os ecossistemas nativos contribui para o fornecimento de abrigo e alimento para uma grande variedade de organismos, muitos deles benéficos como insetos polinizadores e inimigos naturais de pragas, além de passáros e microrganismos.
Dessa forma, além de contribuírem para a manutenção de ecossistemas equilibrados e ajudarem a proteger espécies ameaçadas, as práticas auxiliam no controle de pragas e doenças de forma natural, possibilita a utilização do controle biológico, melhora o equilíbrio e pode reduzir a necessidade de utilização de agrotóxicos.
Minimização das mudanças climáticas
Por fim, as práticas de Agricultura Regenerativa também desempenham um papel fundamental na minimização das mudanças climáticas, por meio redução de emissões de gases de efeito estufa, utilização eficiente de recursos e da possibilidade de captura de carbono pela matéria orgânica do solo.
Está interessado no assunto de sustentabilidade e agricultura? Então aproveite para ler também o nosso conteúdo sobre ESG no agronegócio, sua importância e principais práticas!
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