Como é feita a adubação de cobertura do milho?
Para fazer a adubação de cobertura corretamente, é importante saber em qual momento a planta mais necessita de determinado nutriente. Saiba mais no artigo!
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Para garantir a máxima produtividade das lavouras, é preciso disponibilizar nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas durante todo o seu ciclo de vida.
Sabemos que o nitrogênio, bem como outros elementos importantes, podem ser perdidos, seja por volatilização no caso de nitrogênio — principalmente proveniente da ureia —, lixiviação ou até mesmo por imobilização. Por isso, a adubação de cobertura é uma estratégia importante.
Essa técnica age como um reforço para a adubação de plantio, já que os nutrientes aplicados nesse momento já foram absorvidos pela planta ou perdidos. Assim, é possível fornecer tudo o que a lavoura precisa para completar o ciclo.
O momento ideal e a forma de realizar a adubação de cobertura na cultura do milho muda de acordo com o elemento utilizado. Neste artigo vamos abordar a aplicação de nitrogênio e potássio, os principais nutrientes para que as plantas atinjam o seu máximo rendimento.
Como fazer a adubação de cobertura em culturas de milho?
Antes de saber mais sobre como fazer a adubação de cobertura em culturas de milho, é importante entender para quais processos a planta utiliza os nutrientes em cada momento da sua vida. Confira:
Exigência de nutrientes durante o ciclo de vida do milho
A adubação de cobertura deve ser feita de forma inteligente, ou seja, não desperdiçar recursos e fornecer exatamente o que a planta necessita em cada etapa de seu desenvolvimento.
Muitos agricultores pensam que aplicar altas doses de adubos e fertilizantes é o melhor caminho para atingir o máximo rendimento, mas não é bem assim. O exagero pode prejudicar o crescimento das culturas, bem como gerar desperdício, até provocar impactos indesejados no ambiente. Por isso, fique de olho em como o milho utiliza o nitrogênio, fósforo e potássio em cada estágio de desenvolvimento:
Da germinação até V6 (sexta folha)
- Nitrogênio (N): alta necessidade do nutriente para impulsionar o seu crescimento e o desenvolvimento e garantir a extensão do colmo;
- potássio (K) e fósforo (P): promovem um forte crescimento das folhas do dossel da cultura.
De V6 até VT (fase de pendoamento) — Crescimento vegetativo
- Nitrogênio: necessário em menores quantidades para manter a produção de matéria seca e proteína;
- potássio: utilizado na síntese proteica.
De VT até R6 — Crescimento reprodutivo
- Nitrogênio: importante para garantir bons níveis de proteína e equilibrar os níveis de fosfato;
- potássio: maximiza o crescimento e a produtividade.
Adubação de nitrogênio
O nitrogênio é o nutriente que as plantas mais demandam, já que ele está relacionado com a fotossíntese, fixação de carbono e síntese de aminoácidos.
Na hora de planejar a adubação de cobertura, é importante ter em mente que apenas de 30% a 50% (no máximo) dos níveis de nitrogênio são oriundos diretamente do adubo. O restante vem do solo, por isso, a aplicação deve levar em consideração a produtividade da área e a quantidade de nitrogênio exportada.
O milho exporta, em média, 15 quilogramas de nitrogênio por tonelada de grãos. Se a reposição fosse feita com ureia (45% de nitrogênio), seria preciso utilizar, na teoria, cerca de 33 quilogramas de adubo por tonelada produzida. Porém, na prática, poderia haver perdas por volatilização, necessitando complementar essa dose. Além disso, a eficiência da adubação nitrogenada deve ser considerada, sendo a dose real necessária de aplicação maior que essa.
O período de maior exigência da planta é durante sua fase de pendoamento, então é importante garantir que ela tenha acesso a todo o nitrogênio que precisa.
Adubação de potássio
Para fazer a adubação potássica, é preciso realizar a análise do solo para determinar a quantidade desse nutriente disponível e ter em mente qual é a produtividade esperada da cultura de milho, para saber a quantidade requerida pela cultura.
Sabemos que a exportação de potássio é cerca de 4 kg de K2O por tonelada de grãos. Se a produtividade esperada for 15 toneladas, seriam necessários apenas 60 kg de K2O/ha no total.
Descontando a quantidade que vai na adubação de base, teríamos a dose a ser aplicada na adubação de cobertura. Cabe ressalvar que esse valor deve ser corrigido pelo fator de eficiência da adubação potássica e se o teor de potássio no solo está adequado, uma vez que o milho absorve cerca de 18 kg de K2) para produzir cada tonelada de grãos.
Praticamente todo o potássio é absorvido pela planta antes do florescimento, portanto, é ideal que a planta receba as quantidades necessárias desde o início do seu ciclo de vida. Mas lembre-se de que mais do que 60 kg/ha de cloreto de potássio aplicado no sulco de semeadura pode prejudicar a germinação ou o desenvolvimento das plântulas de milho.
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